Aos 18 anos, Cadu Paschoal se prepara para viver seu primeiro personagem adulto, um vendedor ambulante em Totalmente Demais. Feliz e realizado com a nova fase da vida, o ator relembra com gratidão o seu primeiro trabalho na TV, como o dalit Hari, no ar em Caminho das Índias. O ator conversou com o Vídeo Show e contou como foi seu primeiro contato com a cultura indiana.
“Caminho das Índias foi um presente! Uma coisa sem dimensão. Foi meu primeiro trabalho na casa e contracecei com gente importante. Foi uma escola. Tenho muito a agradecer à autora Gloria Perez e a atores como o Tony (Ramos) e Jandira (Ferrari). Até hoje tenho contato e acompanho a carreira do Márcio Vito, que fez meu pai, o Ramu. A Laura Barreto também. Foi um presente muito grande”, diz o ator.
A dificuldade ficou por conta de interpretar um menino dalit, que sofria preconceito por ser de uma classe social considerada inferior na Índia. “Assim que fui aprovado no teste, recebi a sinopse com a descrição do que seria o personagem. Mas só passei a tomar mais contato com a cultura indiana quando comecei a frequentar o workshop e conheci os indianos. Até hoje penso: como pode? É uma cultura diferente, milenar, diferente da nossa. As pessoas passam por isso até hoje. Daí a gente fica pensando em como algumas coisas podem ser certas ou erradas”.
LIÇÃO DE VIDA
Mergulhar na cultura indiana permitiu que Cadu Paschoal expandisse sua maneira de ver o mundo. “Depois de Caminho das Índias passei a questionar a forma como a gente enxerga o outro. Se isso é uma coisa sua ou da sua cultura. Os colegas generosos que eu tive também me ensinaram a ser assim, em como tratar outro ator. Se tivesse que resumir essa experiência, eu diria: ‘Agradecimento.'”
REUNIÃO DE FAMÍLIA
Cadu Paschoal começou a atuar com apenas 6 anos de idade e logo depois, aos 7, estreou no espetáculo “Meu Ambiente”, dirigido por Carrique Vieira, em Niterói. Em Totalmente Demais, Cadu Paschoal será o vendedor de balas Riscado, amigo de Jonas, personagem de Felipe Simas. “Estou gravando muito no centro do Rio. É um barato, porque às vezes uma pessoa comum passa pela gente e não percebe que tem câmeras”.
Ao se tornar maior de idade, o ator deixou de ser acompanhado pelos pais nas gravações. “Essa mudança não foi drástica, porque eu já ia sozinho para o teatro ou para o trabalho de dublagem. Mas nessa novela, o meu irmão, Cauê Campos, também vai estar, só que em outro núcleo, e a gente vai se esbarrar. É legal porque quando a gente se encontra comenta muito e quer saber como foi a gravação do outro”, diz. Agora, a mãe dos meninos também estará por perto, mas para acompanhar Cauê. Maria de Fátima é a fã número um do trabalho de Cadu. “Ela é quem mais me incentiva, mesmo quando a gente fica desanimado”, conta.
NOVOS DESAFIOS
Veterano na carreira de ator, Cadu quer ir além e fazer faculdade de cinema. Para realizar esse sonho, o ator vai fazer o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e prestar vestibular neste mês de outubro. “É difícil estudar porque eu também estou em cartaz com duas peças, uma infantil no Rio e outra do Projeto Escola, com texto meu e direção de Bennet Sousa, em São Gonçalo. Além disso, tenho o projeto de um curta-metragem. Mesmo assim, consigo ler as apostilas, porque o estudo a gente não pode largar. Funciono melhor à noite. Meu problema é com exatas”.
Abrir mão da vida social para ser aprovado no vestibular não chega a ser um problema para Cadu. “Eu nunca fui muito de sair. Só saio com meus primos para ir à praia ou à casa deles. Sou devagar para vida noturna e também estou solteiro”, completa.