Após pouco mais de uma hora e meia, o atacante Neymar deixou a Audiência Nacional espanhola em Madri depois de prestar depoimento sobre o caso envolvendo sua transferência do Santos para o Barcelona, nesta terça-feira.
O jogador não falou com os jornalistas na saída do tribunal, mas parou para tirar fotos com alguns fãs que estavam do lado de fora para apoiá-lo.
Neymar pai, enquanto isso, ficou no local para dar sua versão no caso.
Mais cedo, Fátima Cristina Bonassa, representante do Santos, afirmou em seu depoimento que o clube se sente enganado por Neymar após a divulgação de que a transferência do atleta para o Barcelona não custou apenas 17,1 milhões de euros (R$ 74,5 milhões, em valores atuais).
Em depoimento que durou seis horas, comandado pelo juiz José de la Mata, a brasileira, que necessitou de intérprete, afirmou acreditar que o atacante era totalmente consciente dos detalhes da operação, já que era maior de idade em 2013, conforme contaram à Agência Efe fontes ligadas ao processo.
Bonassa lembrou que, no Brasil, de acordo com a Lei Pelé, o clube precisa ter a autorização do atleta para negociá-lo, e que Neymar insistiu que queria ir para o Barça, o que forçou o Santos a aceitar os 17,1 milhões de euros oferecidos pelo clube espanhol.
A representante explicou que, ao tomar conhecimento da primeira investigação da Audiência Nacional espanhola sobre toda a negociação – que indicou o verdadeiro valor pago pelos ‘blaugranas’ -, a diretoria do Santos entendeu a motivação do jogador ir querer se transferir para o Barça e não a outro clube.
Além do montante referente a contratação de Neymar, o Peixe cobrou outros 7,9 milhões de euros ao Barcelona pela prioridade em três atletas da base, que ainda não foram negociados, e mais 9 milhões de euros pela realização de dois jogos amistosos.
Toda a operação é investigada pelo juiz De la Mata e pela promotoria espanhola, que suspeitam que todo o acordo tenha sido fictício, inclusive, porque o Santos está sendo acusado como pessoa jurídica, a partir de denúncia do fundo de investimento DIS, que tinha parte dos direitos econômicos do atacante brasileiro.
Na última segunda, o presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, e seu antecessor, Sandro Rosell, ficaram em silêncio, alegando que não responderiam às perguntas do promotor José Perals nem do juiz José de la Mata, pois já teriam se explicado no decorrer do processo em que foram acusados de crime fiscal, que também incluiria a aquisição do brasileiro, no meio de 2013.